Em
1997 foi publicada uma pesquisa feita por um pastor evangélico sobre a condição
do jovem daquela época[1].
Os números levantados foram muito chocantes. Veja alguns:
Todos
os dias nos Estados Unidos...
·
1.000
adolescentes solteiras tornam-se mães;
·
1.106 jovens
fazem aborto;
·
4.219 contraem
doenças sexualmente transmissíveis;
·
500
adolescentes começam a usar drogas;
·
1.000 começam
a beber;
·
135.000 alunos
levam armas à escola;
·
6 adolescentes
cometem suicídio;
·
A gravidez na
adolescência aumentou mais de 500% nos últimos anos;
·
O suicídio
entre os jovens cresceu 300%.
A pesquisa se estendeu a avaliar,
também, o jovem cristão. Os resultados também não foram muito animadores sobre
como anda a situação dos nossos filhos dentro da Igreja. Veja:
·
66% (com idade
entre 11 e 18 anos) mentiram a um dos pais, professor ou adulto;
·
59% mentiram a
desconhecidos;
·
36% colaram na
prova;
·
23% fumaram
cigarro ou outro produto derivado do fumo;
·
20% tentaram
machucar fisicamente alguém;
·
12%
embriagaram-se;
·
8% usaram
drogas ilegais.
O estudo conclui que até os nossos filhos completarem 18
anos 55% já teriam se envolvido na
prática de acariciar seios, genitais e/ou outro intercurso sexual.
Também se
constatou que:
• 50% de nossos jovens dizem que estão estressados;
• 55% dizem que
estão confusos;
• 74% dizem que
estão buscando respostas.
A grande pergunta é: Será que
a realidade de nosso mundo, dos jovens em geral e de nossos filhos em
particular, mudou para melhor ou para pior de 1997 para hoje? O fato lastimável
é que a realidade comprova que grande parte dos nossos filhos está: “envolvido
sexualmente. Um número excessivo deles está mentindo, enganando e roubando.
Inúmeros estão machucando outras pessoas”[2].
Junto a este cenário caótico vive-se uma
crise na educação, seja secular, doméstica e, principalmente, religiosa.
Pode-se ver como nunca dantes um exacerbado aumento da delinquência infantil, uso de drogas, homossexualismo divulgado
e incentivado pela mídia de forma abusiva, gravidez na adolescência se
multiplicando, filhos desobedientes, abandono da fé, entre outros.
Pergunto:
• Como tratar desta doença
antes que ela contagie seus filhos?
• Como você pode passar seus valores a seus filhos?
• Como impedir que sejam engolidos pela maneira de
pensar e pelo comportamento que está arruinando vidas ao seu redor?
• Como formar filhos vencedores?
Um grande fato a ser considerado é que boas intenções não
são suficientes para educar nossos filhos. São necessárias ações concretas para
salvá-los deste vulcão destruidor e prepará-los para o céu. Isto só é possível
se voltarmos a seguir os padrões estabelecidos por Deus: “Ensina a criança no caminho em que deve
andar (...)” Pv 22.6.
Entretanto esta crise na educação tem levado muitos pais, inclusive
cristãos, a terceirizarem a educação de seus filhos. Repassam suas
responsabilidades para a escola, para a Igreja, para o poder público, para a
televisão. O fruto de tudo isto é a realidade desesperadora que estamos
colhendo.
Em um estudo feito por um ex-diretor do FBI, ele buscou
encontrar as principais causas que levavam as pessoas à delinquência. Sua
pesquisa constatou que os três principais motivos eram: as más companhias, a
televisão e a falta de orientação religiosa no lar.
É fato concreto que os
amigos exercem grande pressão sobre nossos filhos, “muito cedo na vida tornam-se os filhos suscetíveis às
influências corruptoras, mas pais que professam ser cristãos parecem não
discernir o mal de sua própria maneira de governar.”[3] É dever dos pais cuidar de quem são os amigos
dos filhos, bem como orientá-los sobre quem deveria ser seus amigos.
Muitas crianças, jovens e adolescentes são deixadas à frente da
televisão indiscriminadamente. Estudos comprovam que em uma semana a televisão
apresenta 1.385 cenas de nudez, 478 cenas de sexo, 149 brigas e facadas, 329
palavrões e 3.376 tiros. Até os 18 anos o jovem já terá assistido a 22.000
horas de televisão, 12.000 de aula na escola e, acredite, teve somente 1.000
horas de diálogo com os pais.[4]
Sabemos que “somos transformados pela
contemplação.”[5]
A
quantidade de tempo que se passa em frente da televisão influencia
significativamente na formação do caráter e o seu interesse para com as coisas
espirituais. Quanto tempo seus filhos têm passado à frente da televisão?
O que dizer
sobre games e internet? No dia 16 de março de 2010, um incidente chocou o
mundo. Um chinês foi ferido na cabeça com uma faca de 14 centímetros que entrou
toda no crânio do jovem de 17 anos. O motivo? “Xiao Wei, enganou seus oponentes no game,
conseguindo descobrir a posição dos jogadores através das paredes. Wei e seu
amigo Chum Huang foram levados para fora da lan house e agredidos pelos
inimigos de jogo. Segundo Huang, seu braço foi esfaqueado também, mas ele só
percebeu o que acontecera com Wei quando os agressores foram embora, e o amigo
não se levantara.”[6]
Muitos pais gostam de agradar
seus filhos presenteando-os com jogos eletrônicos. Veja o que o encarte de
alguns dos mais conhecidos games apresenta:
Diablo: "Você ira parar em um labirinto com monstros e
diabos, você jamais sairá de lá, você entrará em um mundo e será consumido pelo
fogo e comido pelos vermes. Bem-vindo ao inferno. Eu sou seu senhor – o diabo.”
Doom 2: "Sente-se e relaxe, deixe as
legiões o possuírem e você descobrirá os segredos daqueles que foram antes que
você ao inferno e como chegar lá. Nas
suas mãos pequenas você tem o Nintendo mais mal e perverso, o inferno na Terra,
desta vez todas as forças do inferno sairão sobre a Terra. Para entender este
jogo de Nintendo você terá que descer às profundezas.”
A Internet, ao mesmo tempo em que
pode ser um instrumento para aquisição de conhecimento, estudos e pregação do
Evangelho, se mal empregada pode trazer ruína e destruição aos lares. O
excessivo tempo gasto e o fácil acesso a conteúdos que desagradam a Deus ao
mesmo tempo degradam o ser humano.
Uma pesquisa realizada pelo
Centro para a pesquisa em prevenção de doenças da Universidade de Stanford[7]
constatou que “a redução
do uso de televisão e videogame, reduz o comportamento agressivo dos
estudantes”. Segundo Strayer[8],
“A TV – agora em 92% dos lares
cristãos – moldou neles até mesmo a compreensão da Bíblia”.
Em contrapartida, como andam nossos cultos familiares?
Estamos ensinando nossos filhos a amarem ao Senhor de todas as suas forças,
entendimentos e acima de todas as coisas? Quanto tempo temos dedicado para
ensinarmos os sólidos e importantes princípios da Palavra de Deus? Nossos
filhos têm aprendido a amar e reverenciar a Casa de Deus?
Na
pesquisa que foi realizada pelo ex-diretor do FBI ele também constatou a dura
realidade de que mais de 30% dos presidiários vêm de lares religiosos. Isto
retrata o caos espiritual que se vive dentro de muitas famílias cristãs. Deus
espera que nós desenvolvamos no coração de nossas crianças amor pela Bíblia,
pela Igreja, por Jesus. Isto acontece em grande parte no lar.
“É no lar que deve começar o verdadeiro
trabalho. Sobre os que têm a responsabilidade de educar os jovens, de lhes
formar o caráter, repousa a maior responsabilidade”[9].
Erguer o altar, uma tarefa de todos
A
tarefa de erigir um altar em casa todos os dias não é privilégio apenas do
“chefe da família”, o pai, mesmo sendo este considerado o “sacerdote do lar”.
Também não se restringe à mãe, mesmo sendo ela a mulher sábia que “edifica a
sua casa” (Pv 14:1). Todos os integrantes da família, desde que tenham o mínimo
de maturidade, podem contribuir para que o culto familiar, o convívio e o
engajamento da família nos planos de Deus se fortaleçam a cada dia.
O
empreendimento de erguer este altar é o esforço de cada um trazendo uma
“pedra”, sua contribuição, para que, estando erguido o altar, possa o Senhor
acender-lhe a chama, tarefa que somente Ele pode fazer. Quando a família unida
erige o altar e se prostra em adoração ao redor dele, Deus acende a chama. Ele
se faz presente na pessoa do Espírito Santo para abençoar aquela família e
cumprir a Sua promessa: “Buscar-me-eis e me achareis quando me buscardes de
todo o vosso coração” (Jr 29:13).
O papel das mães dentro de
casa é destacadamente fundamental para a formação moral e espiritual dos
filhos. A escritora Ellen White ainda afirma:
Mães, o destino de vossos
filhos jaz em grande parte nas vossas mãos. Se faltardes ao cumprimento do
dever, podereis colocá-los nas fileiras de Satanás e torná-los seus agentes,
para arruinar outras almas; ou vossa disciplina fiel e exemplo piedoso podem
guiá-los a Cristo, e eles, por seu turno, influenciarão a outros, e assim
muitas almas poderão ser salvas por vosso intermédio.[10]
Permita-me lançar-lhe um desafio. A cada
dia Deus nos dá 24 horas para administramos. Se dividirmos estes 1440 minutos
que compõem as 24 horas em períodos de 15 minutos, teremos 96 períodos de 15
minutos ao longo de um dia. Quero, em nome de Jesus, desafiá-lo a ficar com 94
períodos de 15 minutos e separar 2 períodos para acender o altar da família em
sua casa. “Em cada família deve haver
um tempo determinado para os cultos matutino e vespertino”[11].
Em 15 minutos vocês poderão cantar 2 cânticos, contar uma história
bíblica, fazer alguns pedidos de oração e orar suplicando as bênçãos e proteção
de Deus.
Precisamos tornar nossos lares em
pequenas igrejas, cercando-nos e a nossos filhos daquela atmosfera que reina no
céu, e não há tempo a perder. Ou preparamos nossa casa para o breve encontro
com Jesus, ou Satanás fará de nossa casa sua habitação.
Cada família é uma igreja sobre a qual
presidem os pais. Deve ser a primeira consideração destes trabalhar para a
salvação de seus filhos. Quando o pai e a mãe, como sacerdotes e professores da
família, assumem sua inteira posição ao lado de Cristo, exercer-se-á no lar boa
influência. E essa influência santificada será sentida na igreja e reconhecida
por todo crente. Devido à grande falta de piedade e santificação no lar, a obra
de Deus é grandemente impedida. Nenhum homem pode levar para a igreja uma
influência que não exerce na vida doméstica e em suas relações comerciais[12].
Fortaleça seu lar, sua família. Dê um
passo a mais, interceda por alguém. Leve a sua família a ter uma experiência
plena, envolva-os na evangelização de outras pessoas. Junto ao altar sua
família cresce espiritualmente, ao mesmo tempo em que se prepara para trazer
outras famílias para perto do altar.
Convocamos a todos os filhos
de Deus, membros de um núcleo familiar a erigirmos o altar de nossos lares e
invocarmos a Deus para que Ele acenda a chama. Se fizermos a nossa parte, Deus
fará, certamente, a dEle. Vamos tornar nossas casas verdadeiros altares de
esperança para influenciar outros em direção das coisas espirituais. Deus
espera usar o seu lar como um modelo do que Ele pode fazer em uma casa que se
abre para Sua atuação. Que o fogo do Espírito acenda a chama do altar de seu
lar.
[6] Disponível
em: http://www.geek.com.br/posts/12580-chines-leva-facada-na-cabeca-por-trapacear-no-counter-strike.
Acesso em 18/03/2010.
[7] Centro para a pesquisa em prevenção de doenças da
Universidade de Stanford[7] - EUA.
ROBSON et al., 2001.
[8] B. E. Strayer, Os Adventistas e os Filmes: Um século
de Mudança (Revista Diálogo 5:1 – 1993), 14.
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